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Livro REVISÃO DE TEXTO: correção ortográfica, revisão redacional e metodológica, e copidesque ou copidescagem > Clicar Aqui. É o livro-guia de trabalho do Revisor de Texto Valdir Loureiro: conceitual e metódico, serve para nortear os procedimentos que disponibilizamos na função de revisor textual e de copidesque, podendo virar um atrativo autêntico dessa oferta, um cartão de visita “sui generis" (como poucos) para divulgar essa atuação.

30/12/2015

O poeta e a musa inspiradora


Poema abstrato, especulativo e mitológico.

1 Quadrinhas de Valdir

        Vertente
É claro que um poeta
transforma tudo em poesia;
e o que falta, ele completa
como a musa influencia.

        Casal
Casal que não se separa
é o poeta e a musa:
ele, como se declara;
ela, pródiga e difusa.

        Oculta
Toda poesia tem
uma face oculta inclusa,
que é do poeta também,
mas antes foi de uma musa.

        Abstrata
Nem sempre a musa é concreta:
pode ser mais que abstrata;
seja calma ou inquieta, 
é um ente que arrebata.

        Eu mitológico
Quero ser grande poeta;
não sou poeta nem grande;
Mas Apolo, “meu profeta”,
tem a Musa que me expande.

2 Sextilhas

        Logo
Além de outra qualidade
que uma musa possa ter,
tem esta complexidade:
“ser e não ser, porém ser” —,
o que dá continuidade
ao que o poeta verter.

        Então qual será?
Qual deusa, qual musa é tal
que o poeta chama ou tem?
É uma aura espiritual
que o cerca e vive no Além.
Em caso excepcional,
chamando ou não, ela vem.

3 Oitava

        Independente
A tal musa inspiradora
que todo poeta almeja
nem sempre vem promissora
tal qual o vate deseja:
pode até virar pastora
que o protege na igreja
como ser uma censora
do verso que ele coteja.

4 Décimas

        Musa inspiradora
Pense na Mitologia,
na montanha do Parnaso*;
diga lá, conforme o caso,
cada Musa, o que fazia;
e como vive hoje em dia
cada mito do lugar;
se vale a pena pensar
na musa sem ser concreta.
Cante o que eu sinto, poeta!
que eu sinto e não sei cantar.
* Parnaso: Montanha da Fócida (Grécia antiga) consagrada a Apolo e às Musas.
Transcrito da nossa postagem Cante o que eu sinto, poeta.

        Desalento
Inspiração, onde estás,
que eu te chamo e não respondes?
Onde será que te escondes?
Vais me deixar para trás?
Sem ti, eu não sou capaz
de pensar, de produzir.
Não sei o que inferir
dos indícios evidentes!
Faz dos meus olhos cadentes,
luzes que queiram subir.

A musa e o poeta

        a) O que ou quem é a musa?
"O que é" musa, afinal:
é inspiração divina?
ou uma deusa peregrina
que volta ao mundo carnal?
Será uma onda astral
que paira acima de um vulto?
Há sempre um sentido oculto
na sua ausência ou ventre,
onde quer que se concentre
um espírito rude ou culto.

        b) Motores da musa
Como fonte — a musa é
alguma causa motora,
junta ou mola propulsora,
reza ou palavra de fé;
a seção de “lava-pé”
quando é Quinta-Feira Santa;
uma “espinha na garganta”
com uma crise insuportável! —
é uma força imaginável
que dá coragem ou espanta.

        c) Musa e poeta
Acredito que o poeta,
às vezes, não se pertence;
o que ele crie ou pense
vem de uma fonte secreta.
Uma onda que o afeta
de maneira positiva
toma conta do que ativa
o cérebro e suas funções —
de onde nascem criações,
na mais diversa deriva.

        Sem musa: adeus, Poesia!
Poeta sem musa é um rio sem leito,
é uma cachoeira sem ter correnteza,
é água salobre em cima da mesa,
é chuva que não molha nem parapeito.
Não importa o nome, é do mesmo jeito:
poetisa também sente a falta fatal.
Se não existir uma fonte causal,
"adeus, poesia vivida ou autêntica",
pois a produção vai se tornando idêntica
a água empossada ou um lamaçal*.
* alusão ao "mangue".

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